terça-feira, 11 de julho de 2017

Vigilância Sanitária tranquiliza sobre presença de morcegos no Rio

A Vigilância Sanitária informa que não há razão para o pânico que se espalhou nas redes sociais sobre ataques de morcegos no município do Rio de Janeiro. Dentre os 44 morcegos resgatados pela equipe de zoonoses do órgão municipal, neste ano, nenhum deles era da espécie hematófaga, aquela que se alimenta de sangue e é responsável pela transmissão da doença aos herbívoros, como cavalos e bovinos, e que podem, raramente, morder outros animais como cães e gatos, e até o homem, de forma a oferecer risco de transmissão da raiva.

Os morcegos encontrados são das espécies frugívoras e insetívoras, que não apresentam riscos de mordeduras, já que se alimentam somente de frutas e insetos. Essas espécies são as mais encontradas na cidade, pois têm grande capacidade de adaptação e encontram abrigo nas copas de árvores e construções.

No entanto, a Vigilância Sanitária alerta para o perigo de manipular qualquer espécie de morcego encontrada caída no chão. Nesses casos, o morcego pode estar contaminado e morder quem o manipular, podendo transmitir o vírus da raiva. Um caso de morcego contaminado foi registrado neste ano, na Praça Seca. Foi um morcego frugívoro que estava caído no chão, que pode ter sido contaminado por algum morcego hematófago, durante disputa por território.

Após receber a denúncia por meio da central de atendimento 1746, uma equipe do Centro de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho compareceu ao local, resgatou o animal e realizou investigação epidemiológica. Com a confirmação da contaminação, foi realizada vacinação perifocal contra raiva em cães e gatos da região. Foram 71 animais vacinados, dentre eles o felino que teve contato com morcego, que é monitorado por um prazo de 180 dias, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Até o final desse período, o felino continua preso no domicílio, onde são verificadas as alterações clínicas.

A Vigilância Sanitária reforça que o morcego é um animal inofensivo, em sua grande maioria, muito útil ao homem e à natureza, devendo ser preservado. Em ecossistemas naturais, eles promovem a polinização das plantas e a dispersão das sementes de diversas plantas, podendo, inclusive, recuperar áreas desmatadas. Os morcegos insetívoros são considerados de grande importância ecológica, uma vez que auxiliam no controle de insetos noturnos, tanto em áreas rurais quanto urbanas. Todas as espécies fazem parte da fauna brasileira e, portanto, são protegidos pela Lei Federal 9.605/98 (Lei do Meio Ambiente). Perseguir, caçar ou matar morcegos é crime.

Campanha contra a raiva começa em setembro

A Vigilância Sanitária também alerta para a importância de vacinar os animais domésticos uma vez por ano. O órgão oferece dois postos de vacinação permanente e campanhas periódicas, como a Rio sem Raiva, que está prevista para começar em setembro, para vacinar cães e gatos de todas as regiões da cidade, gratuitamente. Se um morcego entrar em casa, a dica é para isolar o cômodo, fechando a porta e deixando a janela aberta, para ela sair. Em momento algum, deve-se manipular o animal.

A raiva é uma doença que compromete o sistema nervoso do homem, sendo incurável e com índice de letalidade próximo a 100%. É uma zoonose viral e todos os mamíferos estão suscetíveis ao vírus da raiva, podendo transmiti-la. Mas cães, gatos e morcegos são os principais transmissores. A vacina é a única maneira de controlar a doença.

Em humanos, a doença está controlada e sem apresentar registro de casos há mais de 25 anos no Rio. Caso uma pessoa seja mordida por morcego, cachorro ou gato, deve lavar o local machucado imediatamente, com água e sabão. Ao mesmo tempo, deve-se procurar a unidade de saúde mais próxima, onde receberá os primeiros cuidados e será encaminhada para uma das unidades especificas que funcionam como pólo de profilaxia da raiva. No caso de gatos e cachorros, se possível, isolar o animal por 10 dias, para ver o grau de manifestação da doença, e informar se tem dono e o endereço onde habita.

Os postos de vacinação permanente de cães e gatos ficam no  Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, localizado na Av.Bartolomeu Gusmão, 1120, em São Cristóvão, e no Centro de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho, localizado no Largo do Bodegão, 150, em Santa Cruz.

0 comentários: