quarta-feira, 31 de março de 2010

Santa Marta ganha novo colorido

Artistas plásticos holandeses vão pintar casas de favela carioca

Depois da Vila Cruzeiro, dupla começa a atuar no Santa Marta.
Fachadas vão servir para obras com desenhos em 16 cores.



Cerca de 34 casas do Morro Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, vão ganhar novas cores. Dois artistas holandeses, Jeroen Koolhass e Dre Urhahn, vão, com a ajuda dos moradores da comunidade, colorir as casas da Praça do Cantão, numa parceria com o governo do estado e com a prefeitura.

"Estou gostando muito deste projeto. Já estamos há uma semana aqui e a participação de quase 30 pessoas da comunidade é muito importante", disse Jeroen Koolhass.

Treinamento

Os moradores receberam treinamento, tintas e a oportunidade de aprender uma profissão. Quem não tinha experiência vai sair do projeto como pintor e todos os moradores selecionados vão receber pelo serviço. No total, serão 30 dias de trabalho.

"Vai melhorar muito as fachadas das casas que antes não tinham cores, a gente vai levar cores. Queremos que esse projeto se expanda pra toda a comunidade e dê oportunidade para o pessoal aprender uma nova profissão", disse o morador André dos Santos.

O coordenador do projeto, Marcelo Abreu acredita que a iniciativa pode ajudar a melhorar a auto-estima de quem mora na comunidade.

"A gente quer sensibilizar a própria comunidade a melhorar hábitos do dia-a-dia que podem estar contribuindo para todos, como não jogar lixo na rua, não riscar a parede", disse Marcelo.

Raios coloridos

Jeroen adiantou que os desenhos serão raios diagonais feitos em 16 cores e que as casas escolhidas para serem pintadas são as com maior visibilidade.

A dupla, que já pintou peixes gigantes e um menino soltando pipa na Vila Cruzeiro, no subúrbio, acredita que será mais fácil trabalhar em um comunidade pacificada. "Fiquei um ano na Vila Cruzeiro e, apesar de não ter tido problemas, tinha que parar de trabalhar algumas vezes durante os conflitos", disse Jeroen.

O Morro Santa Marta virou modelo entre as favelas cariocas por ser a primeira a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora.

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