Rio - Para moradores, o morro é Santa Marta. E ganhou este nome por causa de uma imagem de santa, guardada até hoje em uma capela no alto da comunidade. A imagem teria sido levada para uma pedra por uma antiga e religiosa moradora no início do século 20.
Nos anos 30, foi construída uma capela para abrigar a imagem, na localidade conhecida como Campinho do Pico. A confusão dos nomes ocorre devido à proximidade com o Mirante Dona Marta. E, nos anos 80, a mídia acabou trocando o nome da comunidade. Os evangélicos que moram ali, por não acreditarem em santos, também chamam a comunidade de Dona Marta.
A origem do nome vem de 1860: um padre chamado Clemente comprou as terras do atual bairro de Botafogo e batizou um dos morros com o nome de sua mãe, Marta. Foi padre Clemente quem sugeriu a abertura de uma via a partir da Enseada de Botafogo, que veio a se chamar Rua São Clemente.
Dos primeiros caminhos até a inauguração do plano inclinado, este ano, quem passou por ali acumula histórias de sacrifício. Joice Medeiros do Nascimento, 26, é uma das mulheres que pariu em plena escadaria. A filha Ester nasceu prematura de sete meses, há quase quatro anos, quando ela buscava ajuda. “Achei que a gente ia morrer. O caminho ficou banhado de sangue”, conta.
A última referência positiva feita ao Dona Marta aconteceu há 12 anos. Em 1996, o cantor Michael Jackson escolheu a favela para gravar o clipe da música ‘They don’t care about us’ (Eles não se importam com a gente).
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