Na primeira fase, 22 municípios serão atendidos; Brasil é o primeiro país da América Latina a utilizar essa estratégia de prevenção
A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) já está disponível, em 36 serviços do Sistema Único de Saúde em 22 cidades brasileiras. Os serviços começaram a receber o medicamente nesta segunda-feira, dia 18. Nesta primeira etapa da implantação, os 10 estados e o Distrito Federal atendidos, serão Amazonas (Manaus), Bahia (Salvador), Ceará (Fortaleza), Distrito Federal (Brasília), Minas Gerais (Belo Horizonte, Uberlândia, Juiz de Fora e Passos), Pernambuco (Recife), Paraná (Curitiba), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Niterói e Duque de Caxias), Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Santa Catarina (Florianópolis) e São Paulo (São Paulo, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto). Confira aqui a lista de serviços que ofertarão a PrEP.
Esses estados e o Distrito Federal foram escolhidos por terem participado de projetos pilotos da PrEP. Os outros 16 estados brasileiros serão contemplados até maio de 2018. O Brasil é o primeiro país da América Latina a utilizar essa estratégia de prevenção como política de saúde pública.
O público prioritário para PrEP são as populações-chave, que concentram a maior prevalência de HIV no país: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores/as do sexo - e casais sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não). O simples pertencimento a um desses grupos não é suficiente para caracterizar indivíduos com exposição frequente ao HIV.
“Uma série de critérios deve ser levada em conta antes da indicação da PrEP, como o número de parceiros sexuais, os outros métodos de prevenção utilizados, o compromisso com a adesão ao medicamento, entre outros”, destaca a diretora do Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken. A PrEP poderá ser indicada para pessoas, pertencentes aos grupos prioritários citados, que realizaram sexo anal ou vaginal sem preservativo nos últimos 6 meses e/ou apresentaram episódios frequentes de IST ou uso repetido da PEP.
De uso contínuo a PrEP, é preciso tomar o comprimido diariamente para ficar protegido do HIV, sendo que a proteção se inicia a partir do 7º dia para exposição por relação anal e a partir do 20º dia para exposição por relação vaginal. A PrEP só será indicada após testagem do paciente para HIV, uma vez que é contraindicada para pessoas já infectadas pelo vírus.
PrEP no mundo - A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, desde 2012, a oferta da PrEP, que já é utilizada nos Estados Unidos, Bélgica, Escócia, Peru e Canadá, comercializada na rede privada, e na França, África do Sul, que a oferecem no sistema público de saúde. O investimento inicial do Ministério da Saúde será de R$ 8,6 milhões para 3,6 milhões de comprimidos, para atender à demanda pelo período de um ano, aproximadamente.
Aplicativos – Os profissionais de saúde, gestores e o público terão à disposição o aplicativo do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da PrEP. Reproduzido na íntegra, o app oferece a facilidade de busca aos conteúdos mais acessados por meio de títulos e subtítulos e sinalização para favoritos e opções de compartilhamento. No aplicativo também poderá ser feita a busca pelos locais em que a profilaxia é realizada no Brasil e perguntas frequentes sobre o tema. O aplicativo pode ser obtidos na Apple Store e na Google Play para smartphones com sistemas Android ou IOS.
Já na biblioteca do site do DIAHV, está disponível o guia Diretrizes para a Organização dos Serviços de Saúde que ofertam a PrEP ao HIV no Sistema Único de Saúde. Nele, os profissionais de saúde envolvidos na oferta da PrEP terão informações sobre as rotinas e preventivas e de cuidado.
A PrEP insere-se na “Prevenção Combinada”, como forma de potencializar a proteção contra o HIV, que inclui: testagem regular; profilaxia pós-exposição (PEP); teste durante o pré-natal e tratamento da gestante que vive com o vírus; redução de danos para uso de drogas; testagem e tratamento de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) e das hepatites virais; uso de preservativo masculino e feminino, além do tratamento para todas as pessoas.
Cabe destacar que a PrEP não protege o indivíduo de outras infecções sexualmente transmissíveis como sífilis e gonorreia, tão pouco da gravidez. Por isso, o uso do preservativo continua sendo recomendado.
Para mais informações acesse: www.aids.gov.br/prep
Fonte: Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
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